“Motoristas e cobradores merecem respeito e segurança”, diz Valdevan Noventa

Após vídeos viralizarem nas redes sociais, dando conta da situação em que estão expostos os trabalhadores que fazem a linha do “Pancadão do Paraisópolis”, o presidente do SINDMOTORISTAS, Valdevan Noventa, cobra providências do Poder Público, visando a segurança e a integralidade da categoria.
As denúncias feitas pelos profissionais mostram que estar à frente do volante às sextas e sábados já se tornou um martírio. Diante da situação, os trabalhadores têm pedido licença ou buscado atestados para não ter que encarar os piores 30 minutos de sua vida. Isso mesmo, esse é o tempo que dura a viagem entre o Terminal Pinheiros e as proximidades da favela de Paraisópolis, na região do Morumbi. Para quem não sabe, é ainda dentro do ponto de partida dos ônibus, na Rua Gilberto Sábino, que tudo começa.
Imagens captadas por trabalhadores, como a do motorista da Transkuba, Robson Santos – que viralizaram na internet com mais de 1.200 compartilhamentos – mostram a aglomeração dos passageiros que não entram apenas pelas portas, mas também pelas janelas. Dentro do coletivo, pulam a catraca e chegam a assediar cobradoras. As cenas também foram relatadas por outros trabalhadores da Transkuba, que fazem a linha de Paraisópolis.
“Tudo que se possa imaginar de coisa ruim, eles fazem dentro do ônibus. Normalmente, não deixamos motorista e cobrador descerem quando chega no Terminal, senão não conseguem subir mais. Eles usam drogas, fazem arrastões levando celular e carteiras de outros passageiros. Isso sem contar as cenas de sexo”, afirmaram os trabalhadores que não quiseram se identificar.
Cansada da situação, a categoria tem feito apelos constantes ao Sindicato. “Estamos cientes das dificuldades enfrentadas pelos trabalhadores em relação a sua integridade física e moral. Por isso, estamos tomando as providências necessárias. Sabemos que reajuste significativo é um benefício muito relevante, mas sabemos também que trabalhar sem medo e ter a certeza de que poderá voltar para casa depois de uma longa jornada é essencial. No que depender do Sindmotoristas, nossos companheiros não vão continuar sendo vítimas. Eles são protagonistas nas ruas de São Paulo e merecem respeito por isso”, disse o presidente do Sindmotoristas, Valdevan Noventa.