Em busca de justiça, Valdevan Noventa lamenta violência no trânsito

A violência nas ruas de São Paulo fez mais uma vítima na noite do último domingo (4). Carlos Fabiano, motorista da empresa Viação Cidade Dutra, foi covardemente agredido durante o horário de trabalho na Avenida Atlântica, na zona sul de São Paulo. Há tempos o presidente do SINDMOTORISTAS, Valdevan Noventa, tem feito campanhas contra a violência do trânsito, a qual tem causado sérios transtornos aos trabalhadores.
Ao saber do episódio, o diretor do sindicato ‘Sorriso’ foi visitar o trabalhador. Com hematomas no rosto e o nariz quebrado, o motorista que conduzia a linha 69/13/10 (entre os terminais Varginha e Bandeira), conta o ocorrido. “Tudo começou quando permiti a entrada de dois rapazes no ônibus, que alegaram ter o cartão transporte roubado. Abri as portas da frente e de trás para que pudessem entrar. Um deles perguntou quais providências deveria tomar, devido ao roubo do cartão. Expliquei que deveriam ligar na SP Trans na segunda-feira e fazer um BO, pois naquele dia nada mais poderia ser feito”, explicou Carlos Fabiano.
No entanto, apesar dos esclarecimentos, o outro indivíduo insistiu que o motorista não queria ajudá-los a resolver o problema no próprio domingo, dando início aos xingamentos e palavrões. “Eu estava dirigindo, enquanto ele me insultava com comentários racistas. Foi então que eu disse ‘se eu soubesse que ia me xingar, não pegava vocês’ (sic). Nesse momento, ele falou ‘duvida que eu meta a mão na sua cara?’ Foi quando ele me deu o primeiro chute na cara. Depois começaram a me esmurrar”, disse.
Os bandidos conseguiram fugir. Já o motorista foi encaminhado para o Hospital Vidas e ainda sente as dores da agressão. “Essa noite nem dormi com uma dor no peito que não passa. Vou ter que voltar ao médico. É um total desrespeito com um trabalhador. Todos os dias somos maltratados por passageiros, é algo recorrente na nossa categoria. É comum ver companheiros que foram agredidos. Isso não pode continuar. Precisamos de segurança”, mencionou.
“Se eu tivesse seguido a minha intuição, nada disso teria acontecido”, afirmou Carlos, relembrando alguns dos piores momentos da sua vida profissional.
A insatisfação de Carlos é a mesma de todos os companheiros, que rezam antes de sair de casa com medo de não voltarem para a família. “Não aguentamos mais presenciar trabalhadores sendo mortos ou agredidos. O fim da violência no transporte sempre esteve e permanecerá entre as nossas prioridades até que a categoria exercer as suas funções com dignidade sem temer o dia de amanhã”, ressaltou o presidente Valdevan Noventa.