Valdevan Noventa: “Não vamos permitir que a Petrobras lacre suas portas em Sergipe”

O deputado Valdevan Noventa (PSC-SE) se posicionou, essa semana, na Câmara dos Deputados sobre a problemática de um possível desmonte da Petrobras em Sergipe. Segundo ele, desde o início da recessão, a estatal demitiu seis mil funcionários no estado. “O governo insiste em diminuir ainda mais o seu tamanho, e espera que cerca de sete mil e quinhentos peçam demissão voluntária ainda em 2019”, disse Valdevan.
Segundo ele, a Bahia fechou sua regional, assim como o Rio Grande do Norte, que já comunicou a demissão de cerca de 6.500s trabalhadores terceirizados e a transferência de outros 1.740 trabalhadores próprios. “A sede da Petrobras em Sergipe será fechada no primeiro dia do próximo ano, apesar das 25 plataformas petrolíferas em mares sergipanos continuarem funcionando. O fechamento terá um impacto muito grande na economia de Sergipe, o menor estado da federação”, explicou o deputado.
Os empresários e cidadãos sergipanos estão preocupados com o efeito cascata: o fechamento de empresas terceirizadas e de empresas dependentes da renda gerada pela cadeia produtiva do petróleo. “Desde já, a iniciativa privada sergipana tem evitado investir e contratar, e até já demite, em função do impacto que a saída da Petrobras causará no Estado”, detalho Valdevan Noventa.
“A Petrobras, como qualquer estatal, sofre o dilema de ser duplamente pressionada: pelo mercado e pelo Estado. Mas temos um Governo que esquece a função social das estatais, e age apenas em função dos interesses privados, momentâneos, esquecendo-se da função estratégica da empresa”, disse Valdevan ao completar “quando falo da função estratégica, falo de funções estratégicas do ponto de vista militar, social e econômico”.
Para Valdevan, a recessão um dia vai acabar, e se a Petrobras for privatizada, o Brasil terá menos um instrumento para lidar com pressões geopolíticas, sociais e econômicas. Ele afirma que “diziam que a empresa estava falida, mas ela voltou a ser lucrativa, e tem uma grande importância na economia sergipana e nacional”.
“Se o Governo pressiona por mais demissões, teria a obrigação de garantir que os efeitos dessas demissões sejam compensados de alguma forma. Afinal, a principal vantagem comparativa da Petrobras é o petróleo brasileiro. No caso de meu Estado, o petróleo sergipano”, disse Valdevan.
O deputado diz que não faz sentido que essa riqueza seja extraída sem que a Assembleia Legislativa de Sergipe, ou este Congresso Nacional, não tenha poder de barganha frente a empresa. “É nisso que temos que pensar. Sem o petróleo brasileiro, a empresa valeria bem menos”, disse.
“O petróleo que está no Estado de Sergipe deveria ser explorado no interesse do povo sergipano. Não me parece que a demissão em massa, e o fim de uma representação da Petrobras neste Estado, seja de interesse público”, reafirmou Noventa.